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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

PASSO A PASSO


Passo a Passo eu chego lá.
Estamos na véspera da Páscoa de 2005 e todos sabem que se o serviço público já é lento normalmente, em véspera de feriado nem se fala.
Aqui estou eu, separando os medicamentos e materiais da minha próxima viagem em um dos meus dias de folga para conseguir seguir o cronograma de viagem. Se não conseguir hoje, numa sexta feira do dia 18 do mês de março, entraremos na semana do feriado aí não conseguirei mais.
Parte do material que havia pedido nem foi comprado. O dinheiro da compra dos produtos alimentícios ficou emperrado na nossa amiga burocracia e tivemos que desembolsar dinheiro do próprio bolso até que este fosse liberado.
Aos trancos e barrancos conseguimos organizar as coisas e marcar o dia de partida, dia 20 de março,domingo.
Desta vez, devido a falta de veículo do governo para o trabalho, teremos que ir de ônibus.
Algumas horas antes de irmos para a rodoviária, me liga o motorista da nossa equipe falando que eu era a única esperança. Alguém da coordenação solicitou o veículo para uma viagem e este teve que atende-lo. A solução encontrada seria usar meu carro particular para movimentar as caixas.
Achei tudo isto um absurdo,mas como tudo já estava marcado, passagens compradas, respirei fundo e fui pegar as coisas.
Tudo resolvido até a rodoviária, e a enfermeira e o motorista enfrentaram mais uma luta, como levar 20 caixas de medicamentos e materiais até o portão de embarque sem gastar dinheiro do próprio bolso?? A solução foi encenar que a enfermeira estava grávida para tentar conseguir um carrinho que havia disponível para gestantes.
Como nunca fizeram nenhum curso de teatro falharam em seu primeiro teste e tiveram que desembolsar.
Minha passagem estava marcada para as 23h30min. Marquei no último horário para passar mais tempo com a família. O problema estava no horário de chegada ao destino que seria às 04h30min da madrugada da segunda.
Entrei no ônibus, segui viagem, dormi muito bem, acordei na hora exata.
Abri os olhos dentro da rodoviária de Porto
Esperidião. O motorista do ônibus não ligou a luz nem avisou aos passageiros do destino. Se dormisse um pouco mais iria parar em Pontes Lacerda, a qual fica a algumas horas de Porto.
Horário de chegada, 04h30min da manhã, cidade completamente deserta.
Porto é uma cidade pequena com aproximadamente 10000 hab. Em sua zona urbana e destes 10000, não havia uma alma viva vagando por suas ruas neste horário. Ando sem destino como quem quisesse conhecer a cidade. Depois, sento no banco da rodoviária que na verdade é uma esquina de uma lanchonete e espero o dia clarear.
À medida que as horas passam, a cidade acorda. Devagar, o movimento nas ruas aumenta. Espero a padaria abrir para mais um café com leite e pão com presunto e queijo na padaria da esquina.
Para seguir viagem até a aldeia precisamos do nosso Jipe - carro que fica na aldeia para locomoção interna - o qual está na oficina. Andamos até lá e nada de jipe, nada de peças para o conserto. Maravilha, mais um contratempo!!!
A equipe de pesquisa do inseto barbeiro da prefeitura seguirá até a aldeia, mas só a enfermeira consegue embarcar já que só havia vaga para mais um na caminhonete. E lá vai ela, de carona...
Eu e o motorista de área ficamos, já que o secretário de obras garantiu que a peça chegaria na segunda à tarde.
Enquanto esperamos, descanso um pouco no hotelzinho da cidade.
Mais tarde, depois do almoço, seguimos para a oficina e nada!!! Ninguém sabe quando a peça e o carro estarão prontos para viagem.
Um dos vereadores do município está de partida para Vila Picada a qual fica a meio caminho da aldeia. Percebo uma oportunidade! A minha intenção é pegar carona até na vila e depois carona de novo com o ônibus escolar até a comunidade junto com os índios que estudam lá.

Passo a passo ainda chego lá. Até a próxima para continuar.

Um comentário:

Gilberto Granato (Arawãkanto'i) disse...

Step by step, ooh baby
Gonna get to you aldeia
Step by step!