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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Vida na fronteira


Vida na fronteira
Olho para o outro lado da estrada e digo para uma novata na área:
- Olha, ali é a Bolívia!
- Ali?
- Sim, ali.
Para quem não vive na fronteira é de uma estranheza só que outro país esteja tão perto. Para falar a verdade, até para quem está acostumado bate a tal estranheza de vez em quando.
Quando lembro de Bolívia lembro de Morales, dos Andes, do Titicaca e da Petrobrás. Quando penso em Brasil lembro de Samba, Carnaval, Cachaça, da minha esposa, filha e família.
Quando estou aqui falo Português e falam português.
Quando estou lá Hablo Portunhol e hablam espanhol.
Que linha é esta que é tão poderosa que divide terras, línguas e costumes e ainda por cima é invisível?
Será que esta linha também possui o efeito Meissner, o mesmo que ocorre nos supercondutores? Será que estas peças geográficas se repelem?
Imaginem, então, a força do acontecimento na região da cabeça do cachorro ( São Gabriel da Cachoeira – AM) aonde se vai do Brasil à Colômbia, da Colômbia a Venezuela e da Venezuela de Volta para o Brasil em menos de uma fração de hora.
Se as peças se repelem, daqui a pouco estaremos tão longe quanto o Brasil está da África hoje desde o desquite quando se encontravam juntos na antiga Pangéia.
Seria uma pena, pois meu portunhol não seria mais o mesmo e sentiria saudade até mesmo do índio presidente que tanto faz notícia aqui no Brasil!

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